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Destaque - 13 abr 2020

Professores da PUCPR se unem para produzir faceshields em escala

Já foram doados mais de 2 mil EPIs para a Secretaria de Estado da Saúde e expectativa é produzir mais 16 mil unidades

PUCPR produz faceshields e doa para a rede pública de saúde
Professor Dalton testa a usabilidade das primeiras faceshields produzidas.

Professores dos cursos de Engenharia Biomédica, Engenharia de Produção e Design da PUCPR se uniram para produzir, em larga escala, equipamentos de proteção individual do tipo faceshields para profissionais de saúde da linha de frente ao combate do coronavírus.

Até agora, já foram produzidas e doadas 2.150 peças para a Secretaria de Estado de Saúde (SESA), e há matéria-prima para produzir mais 16 mil faceshields, que também serão encaminhadas para a SESA, responsável pela distribuição para os profissionais e instituições que necessitam de EPIs.

Produção mais rápida e eficiente

 

O modelo desenvolvido pela comunidade da PUCPR tem uma facilidade na produção: feita a partir de uma única placa de acetato, a peça sai pronta após passar por um corte vinco, o que acelera a produção e permite confeccionar muitas unidades. “Tentamos diferentes formas para otimizar o processo, como corte a lazer no LabMaker da Escola de Belas Artes, o corte a jato d’água, mas depois dos testes o corte vinco se mostrou mais eficiente”, explica o professor Dalton Kai, responsável pela primeira versão dos protetores faciais.

Aguilar Selhorst, professor do curso de Design, foi o responsável por prototipar e melhorar as peças para uso. Depois de otimizadas, as faceshields passaram pela validação de profissionais do Hospital Cajuru, Hospital Marcelino Champagnat e Hospital do Trabalhador. “Com esse modelo, além de conseguimos produzir em grande quantidade e com poucos recursos, alcançamos uma assepsia muito boa, já que é um produto mono material, praticamente sem reentrâncias ou rugosidades onde o vírus possa se ‘esconder’, o que é uma questão importante no caso de uma doença altamente contagiosa como esta”, explica Selhort.

Trabalho a muitas mãos

Depois da produção das primeiras 300 peças, doadas para o Hospital Marcelino Champagnat e Cajuru, a equipe de professores conseguiu uma parceria com a Corgraf, gráfica de Curitiba, para adquirir mais matéria-prima e fazer o corte vinco em máquinas ainda mais rápidas, permitindo que as faceshields chegassem em maior volume para o sistema de saúde. “A necessidade levou à união de muitas pessoas que não se conheciam, inclusive dentro da Universidade. O que a gente vê é que uma onda de solidariedade está se desenvolvendo. Temos pessoas de diversos lugares se ajudando”, comenta Percy Nohama, professor do curso de Engenharia Biomédica que coordenou a formação de grupos de trabalho na PUCPR para desenvolver soluções durante a pandemia.

Celeiro de ideias

Além da produção dos protetores faciais, surgiram outras diversas iniciativas para desenvolver materiais e pesquisas que pudessem ajudar no combate à COVID-19. “Nós começamos com a produção das faceshields, mas hoje existem grupos com estudantes de graduação e pós-graduação que estão produzindo máscaras, aventais e outras roupas para paramentação dos profissionais de saúde, além de pesquisas para o desenvolvimento de ventiladores mecânicos, usados na rede de saúde, que sejam mais acessíveis”, conta o professor Percy.