Escola de Negócios

Escola de Negócios - 17 nov 2021

Estudante de economia da PUCPR fica em 1º lugar no 31º Prêmio Paraná de economia

Monografia da categoria “economia pura e aplicada” analisou o impacto das fintechs no sistema financeiro brasileiro

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Anualmente, o Conselho Regional de Economia da 6ª Região do Paraná (CoreconPR) reconhece os trabalhos de estudantes de economia por meio do Prêmio Paraná de economia.

Em sua 31ª edição, o objetivo do Prêmio é estimular e valorizar a produção científica, propiciar a reflexão de alto nível sobre temas ligados à realidade da economia paranaense e à economia pura e aplicada, premiando os três primeiros classificados em cada categoria de Monografias ou Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, em conjunto com Instituições de Ensino Superior do Estado do Paraná (IES).

Na categoria economia pura e aplicada, a pesquisa que conquistou a primeira colocação foi elaborada pelo acadêmico de Economia da PUCPR, Gabriel Costa Vieira Ferreira, sob orientação do prof. Dr. Rodolfo Coelho Prates. Intitulada “Concentração e desempenho no setor bancário – uma análise do impacto das fintechs no sistema financeiro do Brasil”, ela avaliou o impacto dos bancos digitais no sistema financeiro nacional, ressaltando o impacto na lucratividade e na estabilidade dos bancos.

O tema da pesquisa conduzida ainda é muito pouco explorado no Brasil, especialmente com a abordagem utilizada, mais embasada em procedimentos econométricos. “Além disso, o tema é importante porque trata-se de um fenômeno muito recente e que impacta a vida de todos, através das transformações do sistema financeiro, sua expansão e democratização,” endossa o estudante.

Contexto

O professor Dr. Rodolfo Coelho Prates explica que o Brasil, embora seja uma das maiores economias do mundo, apresenta, tradicionalmente, uma pequena quantidade de instituições bancárias.

Para efeitos comparativos, os Estados Unidos têm mais de 4300 instituições; a União Europeia tem mais de seis mil; e o Brasil tem cerca de 160 bancos. Dentre esses, apenas cinco, sendo três privados e dois públicos, respondem pela grande maioria da movimentação financeira do Brasil, o que faz com que o mercado bancário seja muito concentrado.

“Mais recentemente, por meio do avanço das comunicações, particularmente da internet e dos smartphones, surgiram os bancos digitais, que se diferem dos bancos tradicionais por conta dos serviços serem apenas digitais, sem a presença de agências físicas. Isso abriu a possibilidade para que uma parcela significativa da população brasileira tenha acesso a uma conta bancária”, detalha o professor.

Elaboração da pesquisa

A pesquisa procurou analisar qual o impacto das fintechs no sistema bancário brasileiro até aqui e como seu surgimento e crescimento já afetaram o mercado em termos de concentração e desempenho dos bancos tradicionais.

Inicialmente foi realizada uma pesquisa com foco na evolução da concentração bancária no Brasil, mostrando que, desde o Plano Real, o setor vinha se tornando mais concentrado em virtude de fusões e aquisições, além de questões regulatórias ou ligadas ao cenário econômico do país. Também foi analisado o histórico das fintechs, o que são, como se caracterizam, apresentando dados que ressaltassem seu crescimento ao longo do tempo.

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Para realizar uma análise quantitativa, foram utilizados modelos econométricos (que unem a estatística às pesquisas econômicas) e dados das instituições financeiras disponibilizados pelo Banco Central. “Baseados em trabalhos internacionais, criamos modelos que pudessem nos ajudar a encontrar efeitos positivos ou negativos das fintechs no sistema em termos de concentração e desempenho”, explica o estudante Gabriel Costa Vieira Ferreira.

Resultados

Os resultados da pesquisa apontam que os bancos digitais, mesmo diante de um crescimento vigoroso, ainda são incapazes de gerar mudanças significativas no mercado financeiro nacional. Por outro lado, apresentam um potencial bastante grande de crescimento e de mudança no nível de concentração no mercado bancário.

Premiação

Para o estudante Gabriel, em termos acadêmicos, o prêmio é motivo de grande orgulho. “Acredito que ressalta minha dedicação não só ao processo de pesquisa, mas durante o todo o curso, além da qualidade do ensino da Universidade. Ser o segundo estudante da PUCPR a conquistar o Prêmio Paraná de economia é algo que me deixa muito feliz”.

Para ele, profissionalmente o prêmio também é uma demonstração de dedicação acadêmica. “Com certeza será um ponto alto no meu currículo, especialmente agora, no início da minha vida profissional, na qual cada conquista vale muito”, conclui.