Câmpus Toledo - 31 ago 2017

Americanos em intercâmbio conhecem estrutura da PUCPR em Toledo

Programa funciona desde 2013 em parceria com uma indústria farmacêutica da cidade para troca de experiências

Os norte-americanos Riley Charles Frausto e Donald Kalvin Smith Jr. são estudantes de Farmácia e estão em Toledo graças a um intercâmbio com a PUCPR e a indústria farmacêutica Prati Donaduzzi. Ambos vieram ao Brasil para conhecer melhor não apenas as questões técnicas, mas também para aprender um pouco mais sobre a cultura.

A diversidade cultural, aliás, foi um dos motivos que levou Riley a escolher o país para o intercâmbio. Ele viajou para outras partes do mundo, entretanto nunca tinha estado na América do Sul. “Escolhi o Brasil pela perspectiva internacional, pela possibilidade de comparar as diferentes práticas no campo farmacêutico”, disse ele, ressaltando que até agora a viagem está “acima das expectativas”.

Riley, que veio de San Atonio, no Texas, afirmou também que veio ao país para ter uma melhor perspectiva de como a indústria farmacêutica funciona e como são os processos fora dos Estados Unidos, além de aprender como funcionam as leis internacionais e os marcos regulatórios no setor.

Já Donald Kalvin Smith Jr., que veio de Palm Beach, na Flórida, pesquisou através do Google no fim do ano passado e aí correu atrás para vir ao Brasil e fazer o estágio. O Brasil não é novidade para ele por viagens de trabalho ou de lazer da família, mas ele ressalta quem a cultura é diferente. Ele faz estágio na Biocinese, laboratório que integra o conglomerado da Prati, onde estuda testes de toxicologia. “Estou amando a oportunidade”, resumiu.

Cultura diferente

Perguntado sobre o que levaria de mais importante no retorno ao Estados Unidos, Riley afirmou sem titubear que é a questão cultural. “As pessoas no Brasil vivem de uma maneira mais lenta. Aproveitam melhor a vida. O estilo americano é mais acelerado, mais estressante”, afirmou o estudante, desejando voltar e olhar de maneira diferente como encara a vida.

Donald concorda com o colega. Ele conhece bem Brasília, onde passa férias com frequência, “mas em Toledo a vida é mais tranquila”.

Na visão do professor Tiago Rafael Sausen, Agente de Internacionalização da PUCPR Câmpus Toledo, este tipo de contato busca tornar a PUCPR uma universidade mundial. “A ideia de receber estudantes é para mostrar a cultura da universidade e do país, assim como também buscamos estudantes para realizar uma troca de cultura”, disse ele, ressaltando que o programa há mais de quatro anos vem se consolidando e agora é preciso expandir essas áreas. O programa de intercâmbio na área de farmácia foi implantando em 2013 e de lá para cá 25 pessoas vieram a Toledo.

Superação

Não é apenas para eles, americanos, que a viagem serviu. Para os brasileiros também serve, afinal, basta conhecer um pouco mais a história de Donald Kalvin Smith Jr., que sem dinheiro suficiente para arcar com todas as despesas conseguiu apoio de outras pessoas para poder vir ao Brasil através de doações num site. Lá ele contou um pouco de sua história e do sonho em realizar o estágio. Em apenas duas semanas conseguiu o dinheiro suficiente para a viagem. Agradecido pelo apoio o americano destaca “todo mundo pode fazer o que estou fazendo para ser um sucesso”, contou.

Estudante normal no High School, o equivalente ao ensino médio no Brasil, ele queria servir de exemplo para as pessoas em sua cidade. Segundo Kalvin Jr., nos Estados Unidos os negros tem o percentual mais baixo de formar no ensino médio. Esta taxa é ainda mais baixa entre homens negros, em torno de 69% e ainda pior em sua cidade. “Não tem que ser um gênio ou ter uma história incrível para conseguir fazer algo. É preciso apenas três coisas: querer fazer; precisa de paz, um suporte; e conhecer alguém que esteja fazendo algo parecido”, ensina.