Planeta PUC

Planeta PUC - 08 maio 2018

Saiba como turbinar os seus estudos

Com os hábitos certos, você pode potencializar o aprendizado

Que atire a primeira pedra quem nunca estudou “de véspera”! Aí, bate aquele desespero e você se vê afundado num mar de conteúdos e passa dez, doze horas tentando “enfiar na cabeça” o conteúdo que foi trabalhado em sala de aula durante meses.

Se você quer se sair bem nas provas e, principalmente, no vestibular, certamente essa não é a melhor estratégia. Quem nunca ouviu falar que o cérebro é um músculo e precisa ser exercitado? Os exercícios, para serem eficazes, precisam ser feitos com disciplina.

“Ninguém tem que ficar estudando por dez horas seguidas. Isso está errado! A pessoa tem que fracionar o tempo, criar uma rotina, estudar em pequenos períodos e dar tempo entre uma fração de estudo e outra. O adulto consegue manter uma boa atenção em uma determinada atividade, por até 50 minutos. Dali para frente, conseguimos continuar rendendo, pois vamos nos treinando para isso, mas o esforço tem que ser muito maior e há um início de dispersão”, explica a professora e psicóloga Maria Elizabeth Haro, membro do Serviço de Apoio Psicopedagógico (SEAP) da PUCPR.

À medida que nos esforçamos mais para manter a concentração, nos cansamos mais e isso provoca uma queda no rendimento dos estudos. Por isso, é importante que entre um período e outro de estudos, consigamos parar para respirar, fazer um alongamento (confira a matéria dez exercícios de alongamento que ajudam na preparação para o vestibular), dar uma volta, e só então voltar aos cadernos e livros. “A cada 50, 60 minutos, dê uma parada de forma a conseguir manter o ritmo. Isso faz com que o cérebro se recomponha e você volte a ter capacidade de se concentrar novamente”, afirma Maria Elizabeth.

Nesse contexto, nada de estudar de véspera. A sobrecarga de horas seguidas de estudo, sem planejamento é o que provoca o famoso “branco” na hora da prova: “As pessoas estudam por horas seguidas, apenas na véspera de uma prova e se queixam da memória. O problema delas não é a memória. O problema é a forma como as pessoas conduzem os estudos. É uma sobrecarga”, avalia Maria Elizabeth.

O planejamento da carga horária dos estudos é uma excelente prática. Outra é definir claramente os seus objetivos: “No tempo que eu defini para os meus estudos, qual é a minha meta? No que eu vou focar? Ao terminar, sou capaz de explicar o conteúdo que eu estudei?”, diz a professora.

É importante salientar que a boa e velha decoreba não ajudam muito na verdadeira aprendizagem. Devemos estudar para apreender o contexto, para verdadeiramente entender o conteúdo, mesmo aquilo que não gostamos tanto: “Estou estudando para tirar uma nota ou para saber? Isso faz toda a diferença. Se eu quero estudar para saber, eu tenho que explicar a mim mesmo, com as minhas palavras, aquilo que eu estudei. Se eu não consigo, se eu começo a vacilar, gaguejar, tenho que retomar o que foi que eu não consegui entender”, explica Maria Elizabeth.

A memória se baseia em informações que têm significado. Se você começa a estudar, estudar e as coisas perdem sentido, não têm significado, a memória vai reter apenas aquilo que faz sentido para ela. É como se o cérebro “deletasse” automaticamente informações que não são necessárias. Quando assumimos comportamentos do tipo “para que estou estudando isso?” ou “nunca vou usar esse conteúdo” estamos dizendo para nosso cérebro que aquela informação não é útil e, portanto, pode ser “apagada”. O cérebro reage à nossa mensagem e não ao nosso esforço. Portanto, mantenha-se nas positive vibes que o seu cérebro vai lhe agradecer!

 

 

Dicas para potencializar os seus estudos:

– Planejamento é fundamental! Não acumule material para estudar. Fragmente o seu estudo ao longo do ano. Voltou da aula? Dê uma repassada, ainda que rápida, no que foi visto em sala. Isso fortalece a conexão do seu cérebro com aquele conteúdo. Faça anotações e tente estabelecer conexões que te façam entender o que está estudando;

– Não fique com dúvidas! Não entendeu algo? Pergunte na hora ao professor ou a um colega que tenha entendido. Quanto melhor você processa uma informação na primeira vez em que tem contato com ela, mais chances ela tem de se fixar (memória de longo prazo);

– Divida o tempo de estudos em períodos de no máximo 60 minutos. Nosso cérebro precisa de pausas para se recompor;

– Mande mensagens positivas ao seu cérebro. Mesmo os conteúdos que não gostamos têm uma função em nossa vida. Em vez de dizer, “que saco! Odeio essa matéria e nunca vou utilizar isso na minha vida!” diga: “não gosto muito dessa matéria, mas vou tentar entender o conteúdo da melhor forma. Conseguirei extrair informações úteis daqui”;

– O sono é fundamental para o processo de aprendizagem. A memória se consolida durante o sono. É importante que os vários ciclos de repouso à noite sejam respeitados. É preciso ter a quantidade de horas adequadas de sono e que ele seja de qualidade.

– E, claro, nunca é demais lembrar: uma boa alimentação e atividades físicas também fazem parte do pacote. Mantenha hábitos saudáveis. Mais uma vez, o seu cérebro agradece!