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Pesquisa - 05 abr 2021

PUCPR do primeiro emprego à descoberta da vocação como pesquisador

Gesse Ferreira Lima tornou-se pesquisador na PUCPR e hoje orienta jovens do Ensino Médio na descoberta da área científica

A jornada de Gesse Ferreira Lima na PUCPR começou cedo, aos 16 anos. Graças a uma indicação da avó, que morava nas proximidades do Câmpus, o rapaz se candidatou para uma vaga de Jovem Aprendiz e conquistou o primeiro emprego de sua vida na Universidade. Gesse atuou por dois anos como auxiliar administrativo, até conquistar uma bolsa de estudos e começar a estudar Arquitetura e Urbanismo.

No início, conciliar os estudos e o trabalho foi um desafio. Após concluir um ano e meio de curso, Gesse trancou a graduação para fazer trabalho comunitário com famílias em situação de vulnerabilidade no Rio de Janeiro, e retornou dois anos depois com mais certeza do caminho que queria para sua vida. “Quando voltei, vi que Arquitetura era mesmo para mim, então entrei no curso novamente e reencontrei meus professores. Uma delas me convidou para fazer Iniciação Científica, aí comecei a fazer PIBIC e me apaixonei. Os outros quatro anos da graduação eu passei desenvolvendo pesquisas”, conta o arquiteto.

Pesquisa como caminho profissional

Depois de formado, Gesse decidiu que queria continuar a atuar na área científica. Ingressou então no Mestrado em Gestão Urbana da PUCPR, curso onde desenvolve suas habilidades de pesquisa atualmente. Mas a proximidade com a Universidade fez com que o arquiteto quisesse ir mais além. “Comecei a achar que ser professor seria legal, porque a sala de aula é um espaço não só de compartilhar, mas de adquirir conhecimento”, explica. Gesse procurou uma especialização na área de educação e metodologias pedagógicas, e em 2019 ingressou como professor na rede pública de ensino.

“Comecei a levar minhas ideias para a sala de aula, e muitos estudantes se interessaram”, relata o professor. Trabalhando com educação profissionalizante, Gesse começou a fazer suas primeiras orientações de iniciação científica, e descobriu aí mais uma paixão. “Usamos a Iniciação Científica para que os estudantes possam ampliar o campo de conhecimento deles. Se lá na frente o projeto vai ser viabilizado ou não, é outra coisa. Mas a jornada de conhecer metodologias científicas, saber buscar informações confiáveis, acertar e errar, é o que faz a diferença na vida deles”.

Pesquisas premiadas

Em 2020, um grupo de estudantes orientado por Gesse foi vencedor da Feira de Ciências Jr. da PUCPR, com um protótipo de abrigo emergencial para pessoas em situação de rua construído a partir de caixas de leite. O projeto foi indicado para representar a PUCPR na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), onde também foi premiado. Devido à orientação no desenvolvimento do projeto, Gesse foi reconhecido como um dos dez professores-destaque da FEBRACE, dentre os mais de 300 trabalhos da Feira.

“Minha maior recompensa foi ver o despertar da consciência humana e sustentável dos meus estudantes, ver que estão se desenvolvendo como pessoas. Eles estão aprendendo isso na adolescência para levar para a vida toda”, o professor conta com orgulho. Para ele, uma das maiores contribuições da ciência na vida de jovens como ele e seus orientandos é saber identificar informações verdadeiras para construir e aplicar conhecimentos, o que ele considera fundamental na era da internet.

Hoje com 34 anos, Gesse aconselha outros jovens pesquisadores a se orientarem pela curiosidade. “Quem quer iniciar no mundo da ciência precisa ter uma boa pergunta para servir de motivação. É preciso descobrir o que você quer saber sobre o mundo, a vida ou a natureza”. Quanto a sua própria motivação, o pesquisador responde: “O que eu sou hoje e tento passar adiante é o que um dia aprendi com algum professor. Daqui a pouco, alguns dos meus estudantes também irão orientar projetos, e assim continua o ciclo da ciência”, conclui.