Pesquisa

Pesquisa - 25 maio 2021

Da iniciação científica na PUCPR ao doutorado na Suíça

Agner Hochuli foi premiado no SEMIC em 2018 e neste ano conquistou um doutorado em Biotecnologia na Universidade de Zurique

Desde que ingressou no curso de Biotecnologia da PUCPR em 2017, Agner Hochuli sabia que queria trabalhar na área de pesquisa. “A matéria que mais me interessava era Tecnologia em Transplantes, eu queria pesquisar novas metodologias para facilitar esses processos”.

Logo no início do curso, o estudante se envolveu com PIBIC, Programa de Iniciação Científica da PUCPR, e passou a integrar o Núcleo de Tecnologia Celular. Lá, ele desenvolveu um projeto de pesquisa sobre biomateriais, testando a biocompatibilidade de células-tronco derivadas da polpa de dentes permanentes. O estudo ganhou o 1º lugar na categoria Pôster do XXVI Seminário de Iniciação Científica (SEMIC) da Universidade, marcando a estreia de Agner como pesquisador.

No segundo ano de faculdade, o rapaz participou de mais um projeto de iniciação científica, agora sobre a indução de células-tronco para auxiliar em transplantes. Durante essa pesquisa, Agner conheceu diversas técnicas novas, e quis aprofundar o estudo. Foi então que ele descobriu o PIBIC Master, uma modalidade de pesquisa que permite estudantes com 50% do curso completo a cursarem disciplinas de mestrado em paralelo à graduação, resultando na defesa de uma dissertação ao final do processo.

Internacionalização da pesquisa

“O que mais me incentivou foi a possibilidade de fazer um período sanduíche, pois sempre tive vontade de estudar fora. Então, montei um projeto com meu orientador e uma instituição parceira internacional e consegui ir”, conta Agner. Em 2019, ele passou seis meses na Universidade de Pádua, na Itália, desenvolvendo sua pesquisa no laboratório de Medicina Regenerativa. O objetivo do estudo era induzir células-tronco derivadas de tecido dentário a formarem tecido neural, com intenção de tratar doenças neurodegenerativas como o Parkinson.

“O que contribuiu muito para a minha maturidade científica foi o contato com diferentes pesquisadores durante o PIBIC Master. Aprendi diferentes técnicas, conheci diferentes pontos de vista e esse networking me permitiu pensar em soluções em conjunto”, relata o estudante. Para Agner, essa experiência foi fundamental para que, nesse ano, ele fosse aprovado para fazer um doutorado na Universidade de Zurique, na Suíça, a partir de julho.

O novo projeto irá envolver seus estudos de biomateriais da época de PIBIC na Universidade e a parte de neurociência estudada durante o mestrado. O objetivo de Agner é desenvolver, nos próximos quatro anos, um material chamado placa de cultivo, onde será possível acompanhar o processo de transformação das células em tecido neural sem a necessidade de testagem em animais.

Pesquisa como contribuição para sociedade

Hoje com 25 anos, Agner acredita que o pesquisador tem o papel fundamental de orientar a sociedade sobre segurança e saúde com rigor científico. “O que mais me motiva a continuar pesquisando é saber que um dia, de alguma maneira, minha pesquisa pode impactar a vida das pessoas, ajudando no tratamento de doenças e no bem-estar do paciente”.

Por uma feliz coincidência, Agner foi convidado em 2021 para ser professor da disciplina de Tecnologia em Transplantes do curso de Biotecnologia da PUCPR – a sua matéria favorita na época de graduação, que o inspirou a ser pesquisador. Hoje, ele orienta seus próprios estudantes sobre linhas de pesquisa e metodologias na área que se tornou sua especialidade.