Pacto Educativo Global

Pacto Educativo Global - 14 out 2021

Professor do século XXI e novas formas de ensinar

Em comemoração ao Dia do Educador Marista, convidamos dois professores da PUCPR para falarem sobre a docência do futuro

Os professores do século XXI têm muitos desafios durante o ensino, como o uso e domínio das tecnologias nas salas de aula, lidar com questões socioemocionais e comportamentais e muitos outros. Em comemoração ao Dia do Educador Marista, em 15 de outubro, convidamos dois professores da PUCPR para falarem sobre a docência do futuro.

Desafios da profissão

Para a professora do curso de Pedagogia da PUCPR Thalita Folmann da Silva, os desafios na formação dos estudantes são parecidos com os que ela tinha quando graduanda. Trabalhar e estudar é a realidade da maioria deles, mas ela ressalta que é uma etapa importante para a profissionalização e oportunidades de crescimento. “Eu tentava relacionar os conteúdos da universidade com a atuação na escola e vice-versa. A atualização constante é essencial, acompanhar pesquisas, estudos. Algumas vezes era necessário repensar ou analisar a prática, sempre tendo como base a teoria”, detalha.

Já para o professor do curso de Filosofia da PUCPR Sérgio Luis do Nascimento, os desafios na formação atual são o uso das tecnologias e a relação sujeito X sujeito, a capacidade de escuta, a diversidade (que deve incluir e entender de maneira respeitosa cada uma das pessoas) e a questão ética nos mais diferentes aspectos, principalmente na coerência com o que transmite.

Para Sérgio, as tecnologias são aliadas do processo educativo: tanto o professor quanto os estudantes têm que estarem abertos ao uso. Ele explica que o professor é como um mediador, que analisa os acontecimentos da nossa sociedade e a relação deles com as tecnologias, o que é mostrado e de quais maneiras nas diferentes redes, assim como seus impactos.

Pilares da nova formação do professor do século XXI

Para a professora Thalita, um dos pilares para a formação é levar a tecnologia para diferentes etapas do ensino, do básico até o universitário, conforme o uso com aquele público. Para isso, o docente precisa analisar como a ferramenta tecnológica ajuda e em quais situações, saber errar e aprender com os erros. “É necessário rever as práticas e a tecnologia, contar com metodologias ativas (estudos de caso, problemas para resolver, jogos e desafios) que coloquem o estudante no centro, sempre acompanhando o processo de aprendizagem, porque apenas o professor expondo conteúdo não funciona mais”.

Além disso, para a professora, a inclusão de crianças com algum tipo de deficiência no ensino regular é outro pilar importante na formação dos novos professores. “São crianças que têm o direito à aprendizagem e que precisamos ajustar o ensino conforme a necessidade de cada um, para que todos possam aprender da melhor forma”, enfatiza.

O professor Sérgio destaca que é necessário confiança no poder de transformação das pessoas e da sociedade por meio da educação. “Há setores que não acreditam que as humanidades (sociologia, filosofia, antropologia, pedagogia e serviço social) são importantes para a sociedade. No entanto, não construímos uma nação só a partir do concreto. Nós ensinamos indivíduos que precisam ter a reflexão e entendimento sobre eles mesmos, nesse caso as licenciaturas são importantes para a formação deles. A escola, o processo de aprendizagem e os professores são elos importantes dentro de uma sociedade que deseja se transformar”, analisa.

Como engajar os estudantes na sala de aula

Thalita diz que umas das formas de envolver os estudantes nas atividades é entendendo quais são as suas necessidades, interesses e dificuldades. Assim, o docente leva para a sala de aula o que é mais interessante de acordo com o perfil. As crianças, por exemplo, aprendem com brincadeiras e jogos. Os universitários, com games e plataformas de interação. Devido à pandemia da covid-19 e às aulas remotas, um dos grandes desafios dos professores foi manter a interação com graduandos.

O professor Sérgio argumenta que as redes sociais também podem ser usadas, não no sentido lúdico, mas para exercitar o sentido crítico e reflexivo sobre elas. Ele também fala sobre a importância da aprendizagem ativa e de trazer a realidade dos estudantes para as aulas. “Uma questão muito séria no ensino é que a escola não pode ficar distante. Não dá para pensar no ensino desassociado do que está acontecendo no mundo. O professor não pode ter medo de inovar, se atualizar, repensar as formas de ensinar, porque o currículo se faz o tempo todo”.

Outra forma de engajar os estudantes com os conteúdos é perguntando o que está lendo, assistindo, estudando fora do ambiente escolar, por quais meios e o que pensa a respeito. “Algumas vezes estão lendo (até mesmo nas redes sociais) algo relacionado com o tema visto em sala, mas não damos a oportunidade para falarem sobre. Porém, devemos fazer entenderem que a rede social pode ser uma fonte de informação, mas muitas vezes não é uma fonte de formação. Nas aulas nós tentamos transformar a informação em formação, sempre refletindo sobre o que e de qual maneira chega nas redes sociais”, pontua.

Como incentivar os mais jovens a serem professores

Incentivar os estudantes a serem educadores é um dos muitos desafios dos docentes do século XXI. A professora Thalita realça que é necessário encontrar maneiras para motivar os graduandos a enfrentarem os obstáculos que surgirem ainda na Universidade e serem profissionais resilientes. “A nossa formação contribui para a transformação de pessoas que fazem a transformação no mundo. Os estudantes têm que continuar se aperfeiçoando, buscando inspirações dentro e fora da área educacional. O segredo é fazer o que se gosta, com amor pela profissão e pelo processo de ensino e aprendizagem”, completa.

Para o professor Sérgio, os mais jovens terão interesse pela carreira conforme toda a comunidade entender o papel e a importância dos educadores na mudança de cada um de nós. “Quando a sociedade valorizar e entender a nossa importância, eu acredito que conseguiremos inspirar os jovens a ingressarem nessa carreira. Inclusive, é necessário dar uma ênfase à profissão de professor, na qual o tempo todo você está ensinando outro ser humano, mesmo no ensino remoto”, explica.

Com o objetivo de atender as novas exigências do mercado, todos os cursos de Educação e Humanidades de PUCPR foram atualizados para proporcionar uma formação alinhada com as transformações da educação no Brasil e no mundo. Além de docentes, os cursos focam na ampliação da atuação. Aqui na PUCPR os cursos são a combinação de gestão, tecnologia e bilinguismo.

Homenagem

O Coral Champagnat PUCPR fez uma performance da música Here, There and Everywhere para homenagear os educadores Marista.