Tisbe Andrade, 21 anos, nasceu com Artrogripose Múltipla Congênita. O diagnóstico, poderia até soar como sentença, mas foi apenas o começo de uma jornada. Ainda na infância aprendeu a superar os desafios que a má formação muscular e articular em braços e pernas lhe impunha. E, do choro por não conseguir se vestir sozinha na infância, chegou ao pódio dos Jogos Parapan-Americanos de Lima, em 2019.

Quando criança, Tisbe era envergonhada e vivia com os joelhos ralados em decorrência da falta de equilíbrio. Foi quando, aos 10 anos, uma fisioterapeuta lhe indicou aulas de natação. E é aqui que a PUCPR entra na vida de Tisbe. Foi na piscina da Universidade que a pequena deu suas primeiras braçadas no mundo da natação.

Em um ano já participava de competições e, quatro anos depois, batia o recorde brasileiro. Era só o começo. Foram inúmeras competições e oito quebras de recordes, superando os próprios índices. Atualmente assina a marca de 54.12 segundos no nado de costas, sua especialidade, onde conquistou a medalha de bronze no Parapan, no Perú.

Foi um longo caminho de aprendizados para Tisbe, que deixou a vergonha de suas cicatrizes para fazer história na piscina e ser aprovada no Vestibular para Educação Física. “Não é fácil chegar a um sonho, mas eu quero mostrar que o deficiente é capaz”, sorri.

O foco agora é nas Paralimpíadas de Tóquio, em 2020. E no início do ano estaremos todos na torcida pela classificação de Tisbe, que tem consigo uma força que inspira todos ao redor.

Integração social

Tisbe é atleta contratada da PUCPR e integra o núcleo de Natação para Pessoas com Deficiência da Universidade que, em 10 anos, já atendeu mais de uma centena de nadadores.

O programa oferece integração social por meio do esporte e conta com apoio multidisciplinar de diferentes cursos da Universidade. Atualmente 32 nadadores, entre crianças, iniciantes e atletas de ponta participam dos treinamentos diários.

Anualmente participam de uma média de 7 competições nacionais e internacionais, conquistando dezenas de medalhas.