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Destaque - 02 mar 2021

Um brasileiro na Tesla

Egresso da PUCPR atua como engenheiro em uma das montadoras mais importantes e inovadoras do mundo

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Gustavo, engenheiro formado pela PUCPR, foi selecionado para trabalhar na nova fábrica da Tesla na Alemanha.

A Tesla é uma montadora que se destacou no mercado pela fabricação de carros elétricos, mas há algum tempo ela se dedica também a outros produtos que usam energia sustentável, além de produzir veículos autoguiados. Elon Musk, CEO da companhia, foi outro fator importante para que a empresa ganhasse atenção: ele é considerado um visionário, fundador da SpaceX – empresa de serviços de transporte espacial – e recentemente gerou muito burburinho na internet por investir em criptomoedas.

Reza a lenda que ele também é o responsável por dar a palavra final na contratação dos engenheiros da Tesla.  Se isso estiver correto, foi ele próprio que aprovou Gustavo Campana Mendes como o mais novo engenheiro de automação nível sênior da empresa.

O brasileiro se formou em Engenharia de Controle e Automação na PUCPR em 2015 e desde o começo mirou na carreira internacional. Primeiro, fundou uma empresa junto com os colegas que faziam parte da equipe de Robótica da Universidade. Depois, foi trabalhar na fábrica da multinacional Renault, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Nessa mesma época tentou ingressar em um programa de mestrado no exterior, mas não passou de primeira. Na segunda tentativa, porém, o acerto foi em cheio: conseguiu aprovação em cinco programas de mestrado na Europa. Escolheu a Universidade de Innsbruck, na Áustria, onde fez um Master em Mecatrônica e Smart Technologies. A partir daí a carreira internacional de Gustavo começava a se tornar realidade.

A carreira internacional de um engenheiro brasileiro

Gustavo e a namorada, durante uma viagem.

No último semestre da pós-graduação, ele desenvolveu seu projeto final dentro de uma empresa suíça. Ao concluir o curso, foi convidado a compor o time definitivamente. Não aceitou. Na mesma época havia recebido uma proposta para trabalhar como engenheiro de automação na Swiss Can Machinery e decidiu por ela. “Nessa empresa, além do trabalho como engenheiro, eu também visitava muitos clientes e pude conhecer o mundo. Fui para a China, passei semanas em Portugal, enfim, foram muitos lugares”, conta Gustavo.

Quase três anos depois, foi abordado no LinkedIn com uma proposta da qual ele desconfiou, inicialmente: participar do processo seletivo para trabalhar na nova fábrica da Tesla, na Alemanha. Sua primeira reação foi de dúvida, tanto pelo convite, quanto porque estava feliz na empresa onde trabalhava. Mas depois de pensar bem, analisar os prós e contras – inclusive o de mudar de país – tomou sua decisão: “ir pra Tesla era uma oportunidade única”, defende. Várias entrevistas depois, testes técnicos e apresentações, foi aprovado. Será um dos responsáveis pela implementação de automação na chamada Gigafactory da Companhia no velho continente.

Nesta matéria, você entende algumas questões sobre a profissão de um Engenheiro de Controle e Automação.

A construção do projeto

Como um bom engenheiro, Gustavo sabia que trabalhar no exterior seria o tipo de projeto que demandaria planejamento. E ele trabalhou nisso desde a faculdade. Participou de três PIBICs, integrou a equipe de robótica da PUCPR e ainda fez um intercâmbio para o Canadá durante a graduação. “Isso tudo faz você aprender na prática coisas que vê na sala de aula, você vai atrás de conhecimentos adicionais e troca com pessoas de outras áreas, o que é muito importante para te formar como profissional”, relembra.

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Com essa etapa do projeto vencida, a próxima é estar onde o profissional quer se estabelecer. De acordo com o engenheiro, ingressar em um programa de mestrado e doutorado é um excelente caminho, que funcionou muito bem para ele, principalmente porque as empresas já ficam atentas aos estudantes. Para isso, porém, aquela boa preparação na fase da graduação é importante. “O pessoal daqui sempre fala que fica impressionado com a qualificação técnica dos brasileiros, principalmente dos que vêm da PUCPR”, comenta. “E aí a gente percebe que não está atrás na questão de ensino, estrutura e laboratórios”.

A partir do minuto 13’38 deste podcast, você confere um exemplo de como funciona a Engenharia da PUCPR.

Para quem quer construir uma carreira internacional na área de Engenharia de Controle e Automação, países como Alemanha, Suíça e Áustria são excelentes polos de oportunidade, segundo Gustavo. Muitas empresas na região, especialmente aquelas situadas em países ou cidades menores não conseguem ocupar os quadros de colaboradores tão facilmente. “Essa parte de automação de máquinas é uma das que tem bastante espaço para os profissionais”, explica. Porém, países como França e Inglaterra também podem render frutos.

Depois da mudança para a Alemanha, a nova etapa da carreira de Gustavo, agora como engenheiro da Tesla, começa em casa: vai ficar pelo menos quinze dias em homeoffice, por conta da pandemia. Nem por isso está menos animado: “acho que vai ser muito bacana poder trabalhar na fábrica e ter contato com os operadores”.