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Destaque - 24 abr 2020

Aprenda a fazer planejamento de tempo e finanças pessoais

Especialistas dão dicas para administrar gastos e rotina em isolamento

Organização de tempo e finanças, finanças pessoais

Organizar a rotina e as finanças sempre foi necessário, mas em épocas de incerteza, fazer o controle de recursos essenciais como tempo e dinheiro é ainda mais importante. Não há receita pronta, mas seguir algumas dicas e processos conhecidos ajuda a estabelecer prioridades durante o isolamento social – e além dele.

Administrando finanças pessoais

Planejamento de finanças pessoaisO período de crise é uma oportunidade para dar mais atenção à organização e planejamento de gastos, a fim de correr menos riscos. Andréia da Luz, professora de Finanças do curso de Economia da PUCPR, recomenda que todos os ganhos e despesas pessoais devem ser anotados, mesmo os de valor mais baixo, para que se faça um controle rigoroso de todo o dinheiro que entra e sai. “Temos o costume de passar tudo no cartão de crédito sem ver, e quando somamos tudo, levamos um susto”, relata a professora.

Além do papel e caneta, é possível controlar suas finanças em aplicativos gratuitos e até nos aplicativos dos próprios bancos, já que alguns geram relatórios de movimentação. Dentro desse balanço, Andréia indica que sejam separados os gastos fixos dos gastos variáveis. “Água, luz, educação, aluguel e mercado não irão mudar, você precisa ter o valor dessas despesas disponível. É com os gastos variáveis que precisamos tomar cuidado, principalmente agora”, explica. A professora aconselha que gastos não-essenciais sejam observados, para identificar quais deles podem ser diminuídos e até mesmo cortados, pelo menos por enquanto.

“Como a incerteza é grande, é importante que tenhamos um determinado recurso de reserva. Para termos isso é preciso poupar, e para poupar é necessário gastarmos menos do que ganhamos”, reflete Andréia. Para as pessoas que enfrentaram uma diminuição na renda, o controle eficaz dos gastos é ainda mais importante. “Se não, vai virando uma bola de neve e a tendência é só piorar no futuro”, alerta.

Para quem divide as despesas em casa, a professora ressalta a importância de ter um acordo bem firmado na hora de definir quanto cada um pode gastar, para evitar desavenças depois. “Qual porcentagem do salário irá para a divisão dos gastos e qual porcentagem ficará para cada um gastar como quiser? É preciso entrar em um consenso, você não pode impor quando o dinheiro é do outro”, orienta.

Cuidando do próprio negócio

Planejamento financeiro empresa

Microempreendedores e pequenos empresários também precisam estar atentos ao planejamento financeiro de seus negócios. “É preciso ter um controle rígido do fluxo de caixa, para aproveitar os recursos e diminuir o que é gasto variável”, explica Andréia. Se for possível para a empresa entrar em homeoffice, é provável que alguns desses gastos já diminuam. Além disso, investimentos em ampliações e contratações também são riscos desaconselháveis nesse momento.

No caso de precisar refinanciar uma dívida, a professora aconselha que administradores não aceitem taxas de juros acima de 2% ao mês, para que não entrem no efeito “bola de neve” e corram o risco de não conseguir arcar com os custos. “Muitos bancos estão abertos para negociação. Quanto antes puder contatá-los e colocar sua situação, mais fácil será chegar a um acordo”.

Para ajudar empresários e empreendedores neste momento de tanta instabilidade, a PUCPR Toledo está oferecendo um curso online gratuito com conteúdos de administração, direito, contabilidade, entre outros, que discutirão tomadas rápidas de decisão em momentos de crise.

Planejando o tempo

Organização do tempoOutro recurso fundamental que precisa ser bem administrado durante o isolamento social é o tempo. “É desgastante quando você sabe que tem muita coisa para fazer, mas não sabe direito o que ou para quando”, analisa a psicopedagoga do SEAP, Ana Michelotto. Dentre as várias ferramentas disponíveis para organizar a rotina e acabar com essa sensação, cada um deve escolher aquela a que se adapta melhor. Para quem não tem o hábito de se planejar, Ana indica que fazer uma agenda pode ser um bom começo. “Primeiro planeje apenas o dia seguinte. Coloque as atividades fixas como aulas, trabalho e outras que não mudam de horário, e depois distribua as outras tarefas nos horários livres”.

Quando a organização diária se torna um hábito, o planejamento pode passar a ser semanal e depois mensal, para que se tenha uma visão melhor do todo. Existem várias maneiras de criar um calendário, desde aplicativos e planners até o tradicional papel. O importante é reunir as tarefas em um só lugar e deixar o material sempre à vista para revisitá-lo quando necessário. “Dessa forma é possível resgatar o que ficou pendente e se planejar para fazer as coisas com antecedência”, indica a psicopedagoga.

“Quanto mais organizado a gente consegue ser, mais tempo livre a gente vai ter”, aconselha Ana. A psicopedagoga explica que o lazer também deve ter um espaço reservado na agenda: ler livros, ver filmes, fazer atividade física e manter o contato com familiares e amigos, mesmo que virtualmente, é importante para “dar um descanso” ao cérebro. “Sempre reforçamos a importância do equilíbrio, de dosar as atividades no seu dia. E, quando você se planeja, você consegue”.

Ana ainda acrescenta a importância de não fazer um planejamento fechado. “Organize, mas saiba que imprevistos podem acontecer e é preciso estar ciente e disposto a adaptar”. Nesse sentido, estabelecer prioridades pode ser útil para evitar se perder em compromissos e garantir aquela sensação de dever cumprido ao riscar itens da lista.

Como buscar ajuda

Caso encontre dificuldades em equilibrar suas atividades do dia a dia, o Serviço de Apoio Psicopedagógico da PUCPR pode te ajudar a desenvolver uma rotina personalizada. É possível agendar uma orientação pelo número (41) 99137-1014, pelo e-mail [email protected] ou ainda pelas redes sociais com o usuário @seap. Os estudantes também podem participar das oficinas online disponíveis no espaço do SEAP no Blackboard, com orientações sobre hábitos de estudo.