Intercâmbio

Intercâmbio - 12 jan 2021

“Eu pensava que intercâmbio não seria uma realidade para mim”

Estudante acompanhava os editais de intercâmbio e, no último ano da graduação, embarcou para a Argentina

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Nas horas vagas, Amanda buscava explorar a cidade de Buenos Aires. Na foto, a estudante está no Parque Tres de Febrero. (Foto: arquivo pessoal)

Amanda Fantato Sangalli vivia a rotina corrida de trabalhar durante o dia e estudar à noite. Na época, ela era graduanda de Ciências Sociais na PUCPR. Desde o início do curso, acompanhava as ações do setor de Internacionalização da Universidade, mesmo que um pouco à distância: “como eu trabalhava, não conseguia acompanhar muitos eventos, mas sempre ficava de olho pelo Blackboard e pelos e-mails”, conta Amanda.

Isso despertou nela o sonho de fazer um intercâmbio acadêmico, uma das experiências internacionais disponíveis na PUCPR. Na Universidade, além desse, há mais quatro tipos: a dupla diplomação, o Intercâmbio Cultural, o Summer Institute, e os cursos de curta duração em parceria com universidades estrangeiras. Porém, essa parecia uma meta longe de alcançar. “Eu pensava que intercâmbio não seria uma realidade para mim, por questões financeiras e de idioma”, explica.

Amanda ainda não dominava uma língua estrangeira, mas não desistiu. As vagas de intercâmbio ficam disponíveis na página do PUCPR International, para todos os estudantes, então ela continuou de olho nas oportunidades, quando, no último ano da graduação, encontrou um que se adequava muito melhor às suas necessidades. “Eu ficava ‘namorando’ os editais, até que vi o do Programa Santander Universidades, que permitia escolher uma instituição parceira na América Latina e dava uma bolsa de estudos”, conta. Decidiu tentar o processo seletivo.

Plano de ação

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Amanda, à esquerda, com uma camiseta da PUCPR, durante uma confraternização de intercambistas. (Foto: arquivo pessoal)

Para resolver a proficiência no espanhol, Amanda procurou uma professora particular com um valor acessível que oferecesse um programa intensivo e aulas aos fins de semana – os únicos períodos que ela tinha livre. O plano funcionou. Selecionada para um intercâmbio de 6 meses, escolheu a Universidad Nacional de San Martin, na Argentina.

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A escolha da instituição estrangeira veio do projeto de Iniciação Científica que havia feito na PUCPR, que tinha relação com o país vizinho, além de ter conhecido professores na universidade argentina durante um evento acadêmico. Ela explica que estar na América Latina, que tem um custo de vida menor que países da Europa e da América do Norte, também foi um dos fatores considerados. “Com o valor da bolsa, eu conseguia me organizar com os custos do intercâmbio e, se precisasse, também tinha uma reserva guardada para usar lá”.

Adaptação com sabor agridoce

Já na Argentina, foram dores e delícias. Além de sentir falta do feijão brasileiro, Amanda não esconde que, nos primeiros meses, a adaptação, especialmente com o idioma, exigiu muito dela. “O espanhol falado na Argentina tem muitos detalhes, muitas gírias, então era difícil entender”, relembra, contando das aulas em que também precisava ajudar uma colega alemã, que passava ainda mais apertos com o idioma. “Eu tinha muita dor de cabeça nos dois primeiros meses, porque precisava pensar e planejar tudo, trajetos, nomes de ruas, coisas que são mais automáticas quando se está no seu país”, explica.

Mas acostumou-se. Andou de metrô pela primeira vez e aprendeu muito, especialmente a ter mais responsabilidades e autonomia. “No Brasil, eu morava com a minha mãe, nunca tinha passado muito tempo longe de casa e estava sempre na correria. Lá, eu precisei aprender a cozinhar, a gerir um orçamento para viver”, relata Amanda.

Intercâmbio que reverbera no futuro

De volta ao Brasil, mais independente e com uma experiência acadêmica internacional no currículo, Amanda se candidatou ao Mestrado em Ciência Política da UFPR. A experiência de Iniciação Científica ainda durante a graduação, bem como o intercâmbio e as atividades de que participou na Argentina – incluindo a apresentação do projeto de TCC em um congresso internacional – foram decisivos para a aprovação. Em 2021, ela se torna pesquisadora, com um projeto que dá continuidade ao trabalho que começou na PUCPR: a análise da trajetória dos Ministros de Estado do Brasil e da Argentina, compreendendo quem são as pessoas que ocupam esses espaços de poder.